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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Peixes em perigo

Peixes em perigo

Depois de catalogarem mais de 819 espécies de peixes raros de água doce no país, pesquisadores brasileiros mostram que mais de 70% das áreas identificadas como prioritárias não estão devidamente protegidas.
Por: Larissa Rangel
Publicado em 12/07/2010 | Atualizado em 12/07/2010
Peixes em perigo
A espécie ‘Simpsonichthys santanae’ só ocorre no Brasil e, por isso, deve ser monitorada frequentemente (foto: Pedro De Podestá).
Em 2007, após décadas de pesquisa, 39 cientistas, liderados por pesquisadores do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP) e do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), produziram um catálogo com todas as espécies conhecidas de peixes de água doce do Brasil. O resultado foi o maior inventário deste tipo já feito no país, com 2.587 espécies listadas.
A partir do trabalho inicial, pesquisadores da USP e da UFRJ mapearam agora mais de 800 espécies com distribuição geográfica restrita e grande vulnerabilidade no país.
Mapa de bacias vulneráveis
O mapa mostra, em vermelho, as áreas mais vulneráveis do Brasil, onde vivem espécies desconhecidas em outros lugares do mundo (imagem: Nogueira C., Buckup P.A., et al., 2010).
O novo estudo, feito em parceria com a ONG Conservação Internacional (CI-Brasil), foi publicado na revista científica PLoS One. Ele consolida os dados mais relevantes do inventário e chega a um resultado alarmante: das 540 bacias hidrográficas identificadas como áreas prioritárias, apenas 26% podem ser consideradas como protegidas.
A análise da distribuição das espécies de peixes raros permitiu identificar as 540 bacias hidrográficas consideradas Áreas-Chave para a Conservação (ACB) dos ecossistemas aquáticos brasileiros.
Essas bacias são áreas essenciais para a manutenção da biodiversidade, pois abrigam espécies de peixes que não ocorrem em nenhuma outra parte do mundo.
“O resultado mais importante foi a identificação dessa quantidade de áreas que precisam de atenção imediata”, conta Paulo Buckup, ictiólogo do Museu Nacional da UFRJ e um dos autores do artigo. Segundo ele, essas áreas precisam de atenção porque abrigam um conjunto de espécies particularmente vulneráveis à extinção.
‘Hasemania crenuchoides’
O ‘Hasemania crenuchoides’ é uma das espécies raras identificadas pelo catálogo (foto: Pedro De Podestá).